segunda-feira, 15 de julho de 2013



"Quem está apaixonado não desmarca encontro.

Cancela trabalho, família, viagem, mas não suspende compromisso.

Assume prejuízo, enfrenta chefia, suporta calado todos os dissabores, mas não abre mão. Não nega o que foi firmado.

Mesmo que tenha trocado o mês ou se confundido com a data, assume o erro como acerto e segue em frente. Troca de turno com colega, compra amigos, arruma atestado médico.

Quem está apaixonado jamais desmarca encontro. Nem altera horário. Não tem coragem de pedir para que seja mais cedo ou mais tarde. Não é capaz de reivindicar 10 minutos a mais ou a menos. Não mexe no assunto. Não adapta planos. Não negocia prazos.

Aceita a data como um desígnio. Uma audiência de Justiça. Uma convocação da Receita Federal. Se não for, tem a sensação de que será preso, condenado por esnobar o amor.

Não brinca com a autoridade do encontro. Receia que não aconteça de novo, não arrisca zombar do destino. Não oferece chance ao azar. Teme um imprevisto, penteia o calendário, apressa o relógio e o coração.

Vive o transe de ser feliz, a hipnose de não pensar em um segundo plano.

Quem está apaixonado não arranja desculpa, inventa saídas.

Quem está apaixonado não se presta a solicitar fiado, paga à vista.

Só aquele que realmente não sente saudade é que adia encontro. Se o café é sempre postergado é que falta vontade.

Adiar compromisso é sinal de desamor. Não precisa de mais nenhuma prova. Não há aquele interesse máximo, aquela tara, aquela dependência.

O sujeito pode ter uma justificativa nobre: imposição do emprego, doença, tragédia. Nenhum pretexto servirá para remendar a esperança.

Não se mexe em encontro entre apaixonados. Deixa para adoecer depois, deixa para morrer depois.

Se alguém liga para re-agendar sacrificou a paixão. É aviso fúnebre, é velório da voz. Significa que não está realmente a fim. Demonstra que tem um interesse passageiro, efêmero, pouco sério.

A paixão é um sequestro. O amor é quando pagamos o resgate. "




Carpinejar.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Em algum lugar do presente.


ELE anda cansado das baladas e dos casos furtivos sem sentimentos. Aprendeu a gostar da própria companhia, sem precisar estar em uma turma de amigos todos os sábados. Decidiu que quer um amor verdadeiro… que pode nem ser eterno, mas que traga um sabor doce às suas manhãs, que seja a melhor companhia para olhar a lua. Que ele possa exibir os seus dons na cozinha e o seu conhecimento em vinhos, só para ela.


Quer uma mulher que ele reconheça pelo cheiro dos cabelos, pelo toque dos dedos, pela gargalhada que vai ecoar pela casa transformando um domingo sem graça, no melhor dia da semana. Quer viver uma paixão tranqüila e turbulenta de desejos… quer ter para quem voltar depois de estar com os amigos, sem precisar ficar “caçando” companhias vazias e encontros efêmeros. Quer deitar no tapete da sala e ficar observando enquanto ela, de short jeans, camiseta e um rabo de cavalo, lê um livro no sofá, quer deitar na cama desejando que ela saia do banho com uma lingerie de tirar o fôlego.

Quer brincar de guerra de travesseiros, até que o perdedor vá até a cozinha pegar água. Quer o poder que nenhum dos seus super heróis da infância tiveram… o poder de amar sem medo, sem perigo e sem ir embora no dia seguinte.

Quer provar que pode fazer essa mulher feliz!


ELA quase deixou de acreditar que seria possível ter vontade de se envolver novamente. Foram tantas dores, finais, recomeços e frustrações que pensou em seguir sozinha para não mais se machucar. Então percebeu que a vida de solteira já não está fazendo tanto sentido. Decidiu que quer um amor verdadeiro… que pode nem ser eterno, mas que possa acordá-la com um abraço que fará o seu dia feliz, quer um homem que ela possa cuidar e amar sem receios de que está sendo enganada. Quer a alegria dos finais de semana juntinhos, as expectativas dos planos construídos, o grito de “gol” estremecendo a casa quando o time dele estiver ganhando… a cumplicidade em dividir os segredos.

Quer observá-lo sem camisa, lendo o jornal na varanda… quer reclamar da bagunça no banheiro, rindo e gritando quando ele revidar puxando-a para o chuveiro, completamente vestida.

Quer a certeza de abrir a porta de casa e saber que mesmo ele não estando, chegará a qualquer momento trazendo o brigadeiro da doceria que ela gosta tanto. Quer beijar, cheirar, morder, beliscar e apertar para ter certeza que a felicidade está ali mesmo… materializada nele.

Quer provar que pode fazer esse homem feliz!

ELES estão por aí… sonhando um com o outro… talvez ainda nem se conheçam… mas é só uma questão de tempo, até o destino unir essas vidas que se complementam e estão ávidas para amar e fazer o outro feliz.

Ou alguém duvida que o universo traz aquilo que desejamos?


quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Coisas da Vida




" Já escondi um amor com medo de perdê-lo, já perdi um AMOR por escondê-lo.

Já segurei nas mãos de alguém por medo, já tive tanto medo, ao ponto de nem sentir minhas mãos.

Já expulsei pessoas que amava de minha vida, já me arrependi por isso.
Já passei noites chorando até pegar no sono, já fui dormir tão feliz, ao ponto de nem conseguir fechar os olhos.

Já acreditei em amores perfeitos, já descobri que eles não existem.

Já amei pessoas que me decepcionaram, já decepcionei pessoas que me amaram.
Já passei horas na frente do espelho tentando descobrir quem sou, já tive tanta certeza de mim, ao ponto de querer sumir.
Já menti e me arrependi depois, já falei a verdade e também me arrependi.
Já fingi não dar importância às pessoas que amava, para mais tarde chorar quieta em meu canto.

Já sorri chorando lágrimas de tristeza, já chorei de tanto rir.

Já acreditei em pessoas que não valiam a pena, já deixei de acreditar nas que realmente valiam.
Já tive crises de riso quando não podia.

Já quebrei pratos, copos e vasos, de raiva.
Já senti muita falta de alguém, mas nunca lhe disse.

Já gritei quando deveria calar, já calei quando deveria gritar.

Muitas vezes deixei de falar o que penso para agradar uns, outras vezes falei o que não pensava para magoar outros.
Já fingi ser o que não sou para agradar uns, já fingi ser o que não sou para desagradar outros.

Já contei piadas e mais piadas sem graça, apenas para ver um amigo feliz.

Já inventei histórias com final feliz para dar esperança a quem precisava.

Já sonhei demais, ao ponto de confundir com a realidade... Já tive medo do escuro, hoje no escuro "me acho, me agacho, fico ali".

Já cai inúmeras vezes achando que não iria me reerguer, já me reergui inúmeras vezes achando que não cairia mais.
Já liguei para quem não queria apenas para não ligar para quem realmente queria.
Já corri atrás de um carro, por ele levar embora, quem eu amava.
Já chamei pela mamãe no meio da noite fugindo de um pesadelo. Mas ela não apareceu e foi um pesadelo maior ainda.
Já chamei pessoas próximas de "amigo" e descobri que não eram... Algumas pessoas nunca precisei chamar de nada e sempre foram e serão especiais para mim.
Não me dêem fórmulas certas, porque eu não espero acertar sempre.

Não me mostre o que esperam de mim, porque vou seguir meu coração!
Não me façam ser o que não sou, não me convidem a ser igual, porque sinceramente sou diferente!
Não sei amar pela metade, não sei viver de mentiras, não sei voar com os pés no chão.
Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra SEMPRE! 
Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das idéias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes.

Tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos.

Você pode até me empurrar de um penhasco q eu vou dizer:

- E daí? EU ADORO VOAR!"





Clarice Lispector

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Vocabulário feminino


Se eu tivesse que escolher uma palavra – apenas uma – para ser item obrigatório no vocabulário da mulher de hoje, essa palavra seria um verbo de quatro sílabas: descomplicar. Depois de infinitas (e imensas) conquistas, acho que está passando da hora de aprendermos a viver com mais leveza: exigir menos dos outros e de nós próprias, cobrar menos, reclamar menos, carregar menos culpa, olhar menos para o espelho.Descomplicar talvez seja o atalho mais seguro para chegarmos à tão falada qualidade de vida que queremos – e merecemos – ter.


Mas há outras palavras que não podem faltar no kit existencial da mulher moderna. Amizade, por exemplo. Acostumadas a concentrar nossos sentimentos (e nossa energia...) nas relações amorosas, acabamos deixando as amigas em segundo plano. E nada, mas nada mesmo, faz tão bem para uma mulher quanto a convivência com as amigas. Ir ao cinema com elas (que gostam dos mesmos filmes que a gente), sair sem ter hora para voltar, compartilhar uma caipivodca de morango e repetir as histórias que já nos contamos mil vezes – isso, sim, faz bem para a pele. Para a alma, então, nem se fala. Ao menos uma vez por mês, deixe o marido ou o namorado em casa, prometa-se que não vai ligar para ele nem uma vez (desligue o celular, se for preciso) e desfrute os prazeres que só uma boa amizade consegue proporcionar.



E, já que falamos em desligar o celular, incorpore ao seu vocabulário duas palavras que têm estado ausentes do cotidiano feminino: pausa e silêncio. Aprenda a parar, nem que seja por cinco minutos, três vezes por semana, duas vezes por mês, ou uma vez por dia – não importa – e a ficar em silêncio. Essas pausas silenciosas nos permitem refletir, contar até 100 antes de uma decisão importante, entender melhor os próprios sentimentos, reencontrar a serenidade e o equilíbrio quando é preciso

Também abra espaço, no vocabulário e no cotidiano, para o verbo rir. Não há creme anti-idade nem botox que salve a expressão de uma mulher mal-humorada. Azedume e amargura são palavras que devem ser banidas do nosso dia a dia. Se for preciso, pegue uma comédia na locadora, preste atenção na conversa de duas crianças, marque um encontro com aquela amiga engraçada – faça qualquer coisa, mas ria. O riso nos salva de nós mesmas, cura nossas angústias e nos reconcilia com a vida.

Quanto à palavra dieta, cuidado: mulheres que falam em regime o tempo todo costumam ser péssimas companhias. Deixe para discutir carboidratos e afins no banheiro feminino ou no consultório do endocrinologista. Nas mesas de restaurantes, nem pensar. Se for para ficar contando calorias, descrevendo a própria culpa e olhando para a sobremesa do companheiro de mesa com reprovação e inveja, melhor ficar em casa e desfrutar sua salada de alface e seu chá verde sozinha.

Uma sugestão? Tente trocar a obsessão pela dieta por outra palavra que, essa sim, deveria guiar nossos atos 24 horas por dia: gentileza. Ter classe não é usar roupas de grife: é ser delicada. Saber se comportar é infinitamente mais importante do que saber se vestir. Resgate aquele velho exercício que anda esquecido: aprenda a se colocar no lugar do outro, e trate-o como você gostaria de ser tratada, seja no trânsito, na fila do banco, na empresa onde trabalha, em casa, no supermercado, na academia.


E, para encerrar, não deixe de conjugar dois verbos que deveriam ser indissociáveis da vida: sonhar e recomeçar. Sonhe com aquela viagem ao exterior, aquele fim de semana na praia, o curso que você ainda vai fazer, a promoção quevai conquistar um dia, aquele homem que um dia (quem sabe?) ainda vai ser seu, sonhe que está beijando o Richard Gere... sonhar é quase fazer acontecer. Sonhe até que aconteça. E recomece, sempre que for preciso: seja na carreira, na vida amorosa, nos relacionamentos familiares. A vida nos dá um espaço de manobra: use-o para reinventar a si mesma.


E, por último (agora, sim, encerrando), risque do seu Aurélio a palavra perfeição. O dicionário das mulheres interessantes inclui fragilidades, inseguranças, limites. Pare de brigar com você mesma para ser a mãe perfeita, a dona de casa impecável, a profissional que sabe tudo, a esposa nota mil. Acima de tudo, elimine de sua vida o desgaste que é tentar ter coxas sem celulite, rosto sem rugas, cabelos que não arrepiam, bumbum que encara qualquer biquíni. Mulheres reais são mulheres imperfeitas. E mulheres que se aceitam como imperfeitas são mulheres livres.

Viver não é (e nunca foi) fácil, mas, quando se elimina o excesso de peso da bagagem (e a busca da perfeição pesa toneladas), a tão sonhada felicidade fica muito mais possível.



terça-feira, 28 de setembro de 2010

Amigo é a base quando falta o chão!


Chega um momento de nossa vidas que precisamos tomar rumos que por mais dolorosos que sejam, precisam ser tomados.

Existem momentos em que sabemos que está ali, agora, à sua frente a chave para mudar a sua vida de direção e quer você queira ou não isso trará consequências.
Pois bem... Vamos do começo.

Tínhamos em torno de 12 anos de idade, ela virou pra mim, olhou nos meus olhos e na maior naturalidade disse: Amiga, um dia eu vou pra Londres. Eu pensei: Essa garota ficou maluca de vez.

Os anos se passaram nos formamos no ensino médio e cada uma foi pra um canto fazer sua faculdade. Eu farmácia , ela letras. Okay até aí tudo bem. Ela sempre foi fissurada no Inglês por isso esse curso - pensei , não atentando para o plano dela por trás disso (ela sempre foi muito espertinha ).

Nunca deixamos uma data passar em branco. Aniversários, comemorações , qualquer motivo para nos ver e colocar a fofoca em dia estávamos lá , não só nos duas mais outras três amigas, nos chamamos de Bests, inseparaveis , amigas pra sempre, madrinhas de casamento uma das outras , entre outras coisas.

Então um dia ela, já quase formada em Letras, me disse : " Day , lembra que te falei do desejo de morar em Londres? Então, ta mais próximo de acontecer do que eu imaginava. Vou fazer entrevista em uma Agência para trabalhar a bordo de um navio que vai rodar pelo mundo inteiro , vou conseguir um dinheiro bem bacana e vou conseguir realizar meu sonho de viver la em Londres e blá blá blá..."


Daí pra frente ela nao parou mais de falar...

Juro que não entendi a repercurssão que isso ia levar.

Um tempo depois ela torma a me ligar: "Day!!!Passei na entrevista!!"
Como fiquei feliz e pensei : Nossa, eu já sabia , só ela mesmo pra achar que não ia passar!..( Ai, que orgulho !)

Bem, até aí tudo ótimo , isso foi em meados de fevereiro , a data de embarque demorou séculos pra sair,até que um dia : " Amiiiiiga ,saiu a data de embarque , vou um dia antes do meu aniversário ".

Pronto. Um frio na barriga, um nó na garganta .... Só pensava : Meu Deus, minha Best vai embora . Foi difícil falar: " Que ótimo, amiga" . É estranho essa coisa de ficar feliz e triste ao mesmo tempo. Daí pra frente foram só preparativos.

Hoje é véspera do dia que ela embarca e nos encontramos para nos despedir. Me controlei e não chorei (e olha que isso é dificil pra mim, rs) , tentei não dar adeus, dei uma abraço rápido e uma boa viagem. Nada de chorôrô, afinal, ela está indo em direção ao sonho dela. E é como ela me disse uma vez : Poucas pessoas tem essa coisa de ter um sonho , tão grande mas tão grande que é impossível de ser ignorado. E , eu sei como isso deve ser difícil pra ela e eu estou aqui pra tornar isso um pouco mais fácil dando todo o APOIO do mundo pra ela.


Minha amiga, minha irmã. Minha NINI .... Desejo toda sorte do MUNDO pra você ! ...Dedinhos cruzados aqui pra que você se de bem lá. 


Enfim...Eu te amo. Obrigado por tudo! ....E como sempre digo: Se precisar de mim pra qualquer coisa, me liga, me grita, faz sinal de fumaça que vou te encontrar aonde quer que você esteja.


E como diz Machado de Assis:

Abençoados os que possuem amigos, os que os têm sem pedir.
Porque amigo não se pede, não se compra, nem se vende.
Amigo a gente sente!
Benditos os que sofrem por amigos, os que falam com o olhar.
Porque amigo não se cala, não questiona, nem se rende.
Amigo a gente entende!

Benditos os que guardam amigos, os que entregam o ombro pra chorar.
Porque amigo sofre e chora.
Amigo não tem hora pra consolar!

Benditos sejam os amigos que acreditam na tua verdade ou te apontam a realidade.
Porque amigo é a direção.
Amigo é a base quando falta o chão!

Benditos sejam todos os amigos de raízes, verdadeiros.
Porque amigos são herdeiros da real sagacidade.
Ter amigos é a melhor cumplicidade!

Há pessoas que choram por saber que as rosas têm espinho,
Há outras que sorriem por saber que os espinhos têm rosas!


Te amo, te amo e te amo
Por esse instante, pelo seguinte e por todo o sempre!

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Amigas de Verdade.

Eu tenho amigas de verdade!

Meninas que me olham nos olhos quando falo.

Que ouvem minhas tristezas e neuroses com paciência. E, ainda que não compreendam, respeitam meus sentimentos.

Meninas que brigam ao meu lado sem que seja preciso convocá-las. Amigas o suficiente para dizer- me verdades que não quero ouvir, mesmo sabendo que posso odiá-las por isso.

Nesse mundo de céticos, eu tenho ao meu lado pessoas que crêem nessa coisa desacreditada quase impossível , chamada Amizade.

Meninas que teimam em ser leais, simples e justas, que não vão embora se algum dia eu perder meu ouro e não for mais a sensação da festa.

Eu tenho amigas que recebem com gratidão o meu auxílio, a minha mão estendida, mesmo que isto seja pouco para suas necessidades.

Amigas que são companheiras, nas farras, na guerra, na alegria, e que no meio da tempestade, gritam comigo: Nós ainda vamos rir muito disso tudo....


Dedico esse texto às irmãs que eu pude escolher: Cris, Nini,Mari e Rafa.

Com a amizade verdadeira de vocês a minha vida se torna mais simples, rica e bela.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Fase 2 : O dia D

Não sabia muito bem o que eu esperava ao abrir a janela do meu quarto, mas ao me deparar com aquele céu que eu tanto estava acostumada, de alguma forma, me desanimei...Imaginei que veria letreiros com meu nome, passarinhos assobiando,fogos.. Sei lá , qualquer coisa que caracterizasse aquele como o grande dia.

O dia amanheceu como outro dia qualquer.Não havia nada de especial e muito interessante no céu. Nada que revelasse que alguma coisa diferente fosse acontecer; enfim, era uma manhã comum, daquelas que amanhece e nada mais. Algo decepcionante pra mim, que considerava esse o dia que mudaria a minha vida, em que eu não seria mais a mesma, entre outros exageros dramáticos.

O lado bom é que eu pelo menos dormi. Conseguir dormir era algo que eu não havia planejado para o dia anterior à colação, realmente. E a aquela estranha calma? Estranha sensação de bem estar ao abrir os olhos e a primeira coisa a se pensar, ainda naquela dúvida de se estar acordada ou dormindo, é: "Nossa, hoje é a minha formatura!". Nada de pânico, gritos desesperados, sair correndo pela sala. Nada disso. Apenas levantei, abri a janela, e fiquei a encarar aquele céu comum.

Enfim, deveria começar a me aprontar... Peguei as coisas e fui para o salão imaginando o que fazer com o cabelo , qual desenho fazer nas unhas..
Comecei os preparativos e a hora insistia em correr ... Comecei a imaginar que não chegaria na faculdade a tempo. Foi então, nesse momento que comecei a sentir uma ansiedade. Um nervosismo já se espalhava pelo meu corpo.

Quando enfim fiquei pronta, fui correndo para casa terminar de me arrumar.Durante o caminho já havia ligado para o meu namorado umas trezentas vezes porque afinal, precisava relaxar um pouco e nada melhor do que dividir a tensão com alguém.(Ele também estava se formando , mas homens não parecem se importar tanto com isso, coisa de MACHO!)

Já com a roupa, sai de encontro a uma colega entrei no carro e tudo que eu conseguia pensar era: "Estou indo pra minha formatura! Estou indo pra minha formatura!" Era estranho.
Ao chegar lá, e me deparar com o cenário sendo montado, os colegas de curso em seus trajes formais, veio um certo choque. Estava acontecendo mesmo. Era pra valer.Dali pra frente, não tinha mais volta. Cumprimentos e abraços nos colegas. Conversa mole aqui, comentários acolá...

O mais estranho nessa hora é pensar que vão ser essas pessoas que, querendo ou não, vão fazer parte de um capítulo importante da sua vida. Você não vai se esquecer delas. Acho que é essa a grande questão com essa coisa de formatura:é algo histórico demais, inesquecível demais!É toda essa pressão de que vai ser algo pra se guardar pra toda a vida que chega até a ser insuportável.É como se você estivesse prevendo o futuro;é como estar vivendo uma coisa que você já sabe o final.

Chega o momento de colocar a beca.Foi um desses momentos peculiares em que você chega a conclusão de como a vida pode ser engraçada.Ao me ver no espelho, toda pomposa, não me senti uma formanda de faculdade.Por incrível que pareça, me lembrei imediatamente da minha formatura do primário.Prato cheio para um psicanalista.Acho que nunca me senti tão menina na vida, como vestida com a beca.Isso deixou o momento mais emocionante.Me segurei pra não chorar.

Burburinho no auditório. Era quase hora de começar a cerimonia. Era agora. Entramos, um por um no auditório.Fantástico! Me senti uma celebridade! Música megalomaníaca na entrada.Gritos histéricos da minha família (que sozinha já é histérica o suficiente) e da família do meu namorado.Fotos e muitos flashes. Uma verdadeira PopStar! Não fiquei devendo nada a Beyonce!

Tudo foi correndo de forma tranquila. Finalmente, chamaram meu nome e no momento da entrega do canudo,fui acenando pra tudo quanto é lado.Não ouvi nada, não vi nada(na verdade, lembro de uma faixa com meu nome..coisas da minha família, rs).Fiz tudo certinho.Não tropecei, nem nada. So desabei de emoção, quando minha mãe veio com um buquê e me abraçou. Foi um dos momentos mais lindos desse dia. E, percebi a verdade clichezona (a vida é feita de clichês...): é um momento especial, sim! Nunca senti tanta adrenalina no corpo.

Lá fora, depois de tudo terminado, abraços! Muitos abraços! Fotos. Muitas fotos. Demonstração de carinho e afeto. Palavras lindas, de apoio, de agradecimento. Coisa inesquecível mesmo. Me disseram depois que eu exalava felicidade.Não tem como eu negar. Eu estava mesmo.

É um momento único. Um dia só seu, talvez um dos únicos. Um dia em que a atenção de todo mundo está voltada para você apenas.Todas as pessoas que gostam de você, e que te querem bem, reunidas em um mesmo local. Abraços, muitos abraços.
Quem dera se todos os dias fosses assim. Todos,não. Quem dera se pelo menos uma semana inteira de sua vida fosse assim.
É pedir muito?